30/07/2011

Reflexão 6. Vinde, e vede

Você se lembra da primeira vez que se apaixonou?
O coração batia mais forte... os olhos brilhavam... as pernas quase não podiam segurar o seu corpo, pareciam não te obedecer... e quando ficava frente a frente com o foco provocador destes descompassos, não havia como controlar a alegria, o desconcerto e mesmo a profunda vontade de passar o resto do dia ao lado de quem era capaz de incendiar o seu coração.
Como é bom não é?
Esta experiência incendiária é incontestavelmente a fonte através da qual a chama eterna do amor se acende. Chama que aquece no inverno, ilumina todo o espaço ou mesmo cada passo, purifica, constrói, desconstrói, dá novas formas ao que para tantos parecia imutável.
Na certeza de que compreendeu o que até aqui abordamos, gostaria então de partilhar com todos a alegria de termos a certeza de que nossa comunidade, ao trabalhar na perspectiva da construção do amor, segue exatamente os passos e as leis do coração.
Ao entregar-se como ferramenta nas mãos de Deus, toda a comunidade trabalha para proporcionar uma nova possibilidade para que mais e mais pessoas possam ter o seu encontro pessoal com Jesus. Encontro que não podemos negar... sob qualquer circunstância incendeia!
E aqui, como nas leis do coração, inaugura-se uma profunda sede não somente de um novo encontro, mas da vida partilhada. É o fogo abrasador querendo tornar-se chama infinita de amor.
Também os discípulos de Jesus passaram por essa experiência. No capitulo inicial do Evangelho de São João (35-39), ouvindo o que acabara de ver João, com os corações inflamados deste primeiro encontro não pensaram em nada além de naquele exato momento seguir Jesus que passava.
A resposta de Jesus diante deste apaixonado caminhar, foi carinhosamente voltar-se para eles, olhar para cada um e dirigir-lhes uma pergunta recheada do convite à experiência profunda, particular e opcional do mergulho no amor verdadeiro:que buscais?
A resposta dos discípulos em um primeiro momento parece típica do apaixonado desconcertado diante das primeiras palavras com o outro:onde moras? 
Estamos diante do coração que de maneira simples revelou sua sede. Abriu-se voluntariamente à experiência do amor e está pronto para adentrar a intimidade do Senhor que convida à partilha da caminhada: Vinde, e vede (Jo1, 39). E eles foram, e não somente viram onde morava, mas ficaram com ele aquele dia (Jo1, 39).
Que bom percebermos que cada vez mais pessoas aceitam esse convite de aprofundamento na intimidade do Senhor, alimentando a sede inaugurada no primeiro encontro com Ele e permitindo-se de fato adentrar a vida e a intimidade de um Deus que não cansa de abrir os braços para acolher um mergulho na fé. Que esta chama de amor transfigurada ao aceitar o convite para ir, ver e principalmente ficar na morada de Jesus, pequenina diante da primeira experiência, mas grandiosa diante de sua essência, seja para sempre mantida acesa em sua vida.

29/07/2011


"A medida que cresce nossa intimidade com Deus, maior se torna nossa sensibilidade para distinguir o que ve de Deus daquilo que não procede dele" (MENDES, 2009 p.146).

"O discernimento é como que o pai de todos os carismas e não se pode abrir mão dele quando se trata de orientar a caminhada espiritual, tanto a nossa própria quanto a das outras pessoas" (MENDES, 2009 p.148). 

"Na profecia, é Deus que fala para iluminar, para arrancar as dúvidas e as preocupações, para ensinar, acolher, advertir, animar, dar alegria e esperança aos seus filhos, a fim de que saibam que Ele cuida deles" (MENDES, 2009 p.26).