27/02/2011

Reflexão 2. Sobre o Lugar da Afetividade na Experiência Querigmática

Sobre o Lugar da Afetividade na Experiência Querigmática

Apesar de sucessivos e constantes ataques, cada vez mais podemos afirmar a América Latina como um espaço de forte desenvolvimento da atuação da igreja.
 Seja na proposta para restauração de famílias, na oferta de apoio gratuito aos esquecidos, no atendimento confessional, na orientação espiritual diária ou na partilha do pão da vida durante as missas, a igreja vem fervorosamente cumprindo sua missão de levar à frente o amor maior que é Jesus, em profunda contramão de uma tendência mundial ao afastamento.
 Nesta perspectiva, tantas sementes renovadoras foram sopradas ao continente, florescendo propostas cada vez mais significativas na oferta de condições para uma experiência pessoal com Jesus, capaz de superar imediatamente qualquer experiência anterior que tenha talvez se limitado ao formalismo. Mas qual a grande característica destas propostas? 
 Arrisco dizer que de maneira absolutamente inspirada, os gestores da aplicação destas propostas em todos os cantos do continente encontraram na afetividade a via estreita (sob o olhar de Santa Terezinha) que leva Jesus diretamente ao coração das pessoas. 
 Para entendermos sua função e principalmente seu lugar na experiência da fé, é importante compreendermos primeiramente que a afetividade sempre cumpriu indispensável papel na formação humana.
 Veja por exemplo o 'aprender a andar' de uma criança. Apesar da aptidão biofísica, é indispensável a mediação do outro para que se alcance sucesso neste intento (o que nos indica que andar é cultural e não biológico), mas, esta mediação perceba, está sempre carregada de afetividade, o que traz sentido (significado) à ação da criança, logo, ela jamais esquecerá em toda a sua vida, como e para quê caminhar.
 O mesmo posso afirmar quanto a tantos outros conhecimentos na humanidade, cujas neurociências vêm hoje nos comprovando que permanecem na medida em que sao marcados pela afetividade, permitindo-nos afirmar o seguinte: a fé, como todo conhecimento humano, será reflexo direto da qualidade desta primeira experiência, ou seja, quanto mais significativa e afetivamente construída for (com profundas ressalvas quanto aos aspectos negativos e positivos que esta construção fora efetuada) mais presente ela estará.

 Também é assim com a nossa fé. Não há como negar que ela é aprendida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário